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A construção do conhecimento no paradigma construtivista


O construtivismo é um referencial explicativo que interpreta o processo de ensino-aprendizagem como um processo social de caráter ativo, em que o conhecimento é fruto da construção pessoal e ativa do aluno (LACOMY, 2008, p.24).
Na concepção construtivista interacionista a construção do conhecimento encontra-se na interação, ocorrendo quando ações físicas ou mentais do sujeito sobre objetos provocam o desequilíbrio. À medida que este conteúdo é assimilado e acomodado, as perturbações fazem surgir algo novo, resultando na construção de esquemas. Tais esquemas tornam-se cada vez mais refinados, fazendo com que as próximas assimilações sejam diferentes e melhores que as anteriores (BECKER, 2001).

Assim, de acordo com esta abordagem, o individuo aprende quando consegue apreender um conteúdo e formular uma representação pessoal de um objeto ou realidade. Esse processo é determinado por experiências, interesses e conhecimento previsto (LAKOMY, 2008). Neste processo o professor atua como mediador e o aluno, por sua vez, é um sujeito ativo na construção do seu conhecimento. Gil (2010), corroborando com a visão de Lakomy (2008) quanto ao papel do aluno e do professor no processo de aprendizagem construtivista, afirma que dentre os diversos papéis do professor (p.22), o principal deles não é o de ensinar, mas de ajudar o estudante a aprender
Gil (2010), corroborando com a visão de Lakomy (2008) e Zabala (1998) quanto ao papel do aluno e do professor no processo de aprendizagem construtivista, afirma que o principal papel do professor não é o de ensinar, mas de ajudar o estudante a aprender.

Perrenould (2000), fixando objetivos na formação profissional, relaciona o que é imprescindível saber para ensinar bem numa sociedade em que o conhecimento está cada vez mais acessível. O autor destaca as 10 competências para ensinar:  
1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem;  
2- Administrar a progressão das aprendizagens; 
3- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4- Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;  
5- Trabalhar em equipe;  
6- Participar da administração escolar;  
7- Informar e envolver os pais;  
8- Utilizar novas tecnologias;  
9- Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;  
10- Administrar a própria formação. 

Gil (2010), em seu livro Didática do Ensino Superior amplia as competências propostas por Perrenoud (2000), citando as características de um professor eficaz. Para tal, toma por base a visão de diversos autores sobre o tema. Entre as características apontadas como importantes encontram-se, entre outras, a clareza na exposição; ser desafiador, questionador e paciente; oferecer feedback; ser empático, acessível aos estudantes e ajudá-los a pensar. O professor precisa ser competente, dispondo de conhecimentos técnicos, visão de futuro e, sobretudo, ser mediador do processo de aprendizagem:
Requer-se um professor que aceite deixar de ocupar o centro do cenário de ensino e reconheça os estudantes como parceiros do processo de ensino. Que não se veja como especialista, mas como mediador do processo de aprendizagem. Que tenha a disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e a aprendizagem – não uma ponte estática, mas uma ponte “rolante”, que ativamente colabora para que o aprendiz chegue aos seus objetivos (MASSETO apud GIL, 2010, p. 37).
       
      Para cumprir seu papel, o professor precisa ser capaz de organizar e dirigir as situações de aprendizagem, bem como gerar sua própria formação contínua, além de trabalhar em equipe, enfrentar deveres e dilemas, ser capaz de utilizar novas tecnologias. Além disso, o professor deve de ser transformador, intercultural, reflexivo e aberto ao que ocorre na sociedade. Tais características são postas em prática no dia-a-dia da prática docente. Neste contexto, as práticas educativas tornam-se importantes, uma vez que envolvem capacidades cognitivas, de equilíbrio pessoal, de relações sociais, intrapessoais e capacidades motoras. 

Sobre as práticas educativas: leia nosso post da página inicial ou acesse Práticas educativas. 



REFERÊNCIAS (desta página).

BECKER, F. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
GIL, Antônio Carlos. Didática do Ensino Superior. 1ª Edição, 5ª reimpressão. São Paulo: Editora Atlas, 2010.
LAKOMY, A.M. Teorias cognitivas da aprendizagem. 2.ed. .rev. Curitiba:Ibpex, 2008. 93p.
PERRENOUD, P. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. Porto Alegre: Artmed, 2001.
ZABALA, A. A prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.