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As práticas educativas


Um breve resumo de Zabala (1998).


A competência profissional é adquirida mediante o conhecimento e a experiência. Para o autor a melhoria de qualquer das atuações humanas passa pelo conhecimento e pelo controle das variáveis que intervêm nelas, onde o conhecimento dessas variáveis permitirá ao professor, previamente, planejar o processo educativo, e, posteriormente, realizar a avaliação do que aconteceu. Portanto, em um modelo de percepção da realidade da aula estão estreitamente vinculados o planejamento, a aplicação e a avaliação.

Para analisar a prática educativa: como ensinar, é eleito como uma unidade de análise básica a atividade ou tarefa. A outra unidade eleita são as seqüências de atividades ou seqüências didáticas, que engloba as atividades:
 “Conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos” (p. 18).
Apoiando em outros autores são determinadas as variáveis para a análise da prática: educativa: as seqüências de atividades de ensino/aprendizagem ou seqüências didáticas; o papel do professor e dos alunos; a organização social da aula; a maneira de organizar os conteúdos; a existência, as características e uso dos materiais curriculares e outros recursos didáticos; o sentido e o papel da avaliação.

Para o autor, dificilmente pode se responder à pergunta “como ensinar?” se não se sabe sobre os níveis de desenvolvimento, os estilos cognitivos, os ritmos e as estratégias de aprendizagem. O critério para estabelecer o nível de aprendizagem serão as capacidades e os conhecimentos prévios de cada aluno/a. Esta proposição marcará também a forma de ensinar. Do conjunto de relações necessárias para facilitar a aprendizagem se deduz uma série de funções dos professores, que Zabala (p. 92-104) caracteriza da seguinte maneira:
Função do professor
Objetivo
Flexibilizar a atuação docente
Permitir adaptação às necessidades dos alunos em todo o processo de ensino/aprendizagem.
Não deve ser o resultado da improvisação;
Resgatar os conhecimentos prévios do aluno
Contar com as contribuições e os conhecimentos dos alunos, tanto no início das atividades como durante sua realização;
Ajudar o aluno a encontrar sentido
Motivar o aluno a conhecer o que tem que fazer, perceba que pode fazê-lo e que é interessante fazê-lo.
Estabelecer metas coerentes
Para que os alunos possam superá-las com o esforço e a ajuda necessários.
Oferecer ajuda adequada
Para que o aluno experimente progressos que  motive-se a enfrentar os obstáculos com os quais se depara.
Promover atividade mental auto-estruturante
Permitir o estabelecimento máximo de relações com novo conteúdo, atribuindo-lhe significado e favorecendo os processos de meta-cognição que lhe permitam assegurar o controle pessoal sobre os próprios conhecimentos e processos durante a aprendizagem.
Criar ambiente favorável
Estabelecer um ambiente e relações envolvidas em respeito mútuo e sentimento de confiança, promovendo a auto-estima e o auto-conceito.
Comunicar
Promover canais de comunicação que regulem os processos de negociação, participação e construção.
Favorecer a autonomia dos alunos de forma progressiva

Potencializar progressivamente a autonomia dos alunos na definição de objetivos, no planejamento das ações que os conduzirão aos objetivos e em sua realização e controle, possibilitando que aprendam a aprender.
Avaliar os alunos
Conforme suas capacidades e seus esforços, os alunos devem ser avaliados, levando em conta o ponto pessoal de partida e o processo através do qual adquirem conhecimentos e incentivando a auto-avaliação das competências como meio para favorecer as estratégias de controle e regulação da própria atividade.
Funções dos professores para facilitar a aprendizagem.  FONTE: Adaptado de Zabala (p. 92-104)
Os princípios da concepção construtivista do ensino e da aprendizagem escolar proporcionam alguns parâmetros que permitem orientar a ação didática e que, de maneira específica ajuda a caracterizar as interações educativas que estrutura a vida de uma classe, estabelecendo as bases de um ensino que possa ajudar os alunos a se formarem como pessoas no contexto da instituição escolar.

Um bom resumo desta obra encontra-se em http://www.professorefetivo.com.br/resumos/A-Pratica-Educativa-Como-Ensinar.html.



Gil (2010) ressalta que o planejamento do professor universitário inicia muito antes do inicio das aulas e que o papel de planejador é apenas um dos papéis do docente. O Planejamento requer do professor mais do que habilidades diretamente relacionadas a prática docente. O autor aborda, entre outros tópicos, como planejar o ensino, objetivos e conteúdo no ensino superior. Vale a pena uma leitura na íntegra.


REFERÊNCIAS (deste post)
ALBUQUERQUE, C.M. G. El Souki, F.G. A Prática Docente: o Ensinar e Aprender. In: Lato & Sensu, V.4, N.1, 2003.
BRAGANÇA, Bruno; FERREIRA, Leonardo Augusto Gonçalves; PONTELO, Ivan. Práticas Educativas e Ambientes de Aprendizagem Escolar: Relato de Três Experiências. CEFET MG: Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, 2008.
GIL, Antônio Carlos. Didática do Ensino Superior. 1ª Edição, 5ª reimpressão. São Paulo: Editora Atlas, 2010.
ZABALA, A. A prática Educativa: Como Ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.